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Entrevista Gal Holiday


Ela é linda e extremamente talentosa, natural do Tennessee mas criada em Maryland com bastante bluegrass. Gal Holiday é um talento do country clássico e já bem respeitada na mágica Nova Orleans, capital espiritual da música norte-americana. Pode parecer estranho para um músico de country mas Ms. Holiday escutou muito hip-hop e rock durante a juventude, fato decisivo para seu ingresso no honky tonk. "Eu comecei a apreciar a música country através do rockabilly no final da adolescência e início dos 20 anos. Hank Williams foi certamente uma influência, mas também foram Patsy Cline, Hank Thompson, Willie Nelson e muitos outros. Eu cresci ouvindo bluegrass e música clássica, depois na minha adolescência foi principalmente hip-hop e rock", explicou.

Agora, o que seria honk tonk? O termo apareceu pela primeira vez na vida deste editor limítrofe através da canção Honky tonk women dos Rolling Stones. Anos mais tarde ao assistir ao EXCELENTE documentário Keith Richards: Under The Influence, a expressão lá estava novamente, agora utilizada pelo imortal guitarrista para prestar homenagem e todo seu amor à country music e seus polêmicos artistas. Depois de algumas pesquisas e um papo bemesclarecedor com Gal, "honky tonk" perdeu ares nebulosos. Na verdade, ganhou algumas possibilidades que sintetizam a cultura southern: bares que tocam country, a música country clássica ou mesmo um estilo de vida.

Retornando à música, afinal o Coluna Blues Rock é seu servo, Gal Holiday se destaca pelo country com influências diretas do blues, com formações ocasionais puxadas para o bluegrass e estilos quase obscuros do Golfo do México. Ou seja, sua notável discografia também revela um lado antropológico bem interessante. Escute Gal Holiday & The Honky Tonk Revue, você terá uma bela surpresa!


Ugo Medeiros – Você é uma musicista de honky tonk. Poderia explicar aos brasileiros o que significa "honky tonk"? É um estilo musical ou é algo como um estilo de vida?


Gal Holiday - Eu acho que para algumas pessoas é mais um estilo de vida, mas o termo honky tonk na verdade se refere ao bar ou "honky tonk" e a música country que geralmente é tocada lá. Às vezes honky tonk tem uma conotação áspera e turbulenta ligada a ele!


UM – É impossível falar em honky tonk e não falar em duas coisas: Nashville e Hank Williams. Primeiramente, você é de Nashville? Te pergunto isso porque te descobri quando pesquisava casas de honky tonk na cidade...


GH - Eu nasci no Tennessee, mas nunca morei lá. Eu cresci em Maryland, cercado principalmente por música de bluegrass. Enquanto Nashville é um dos lugares mais famosos da música country, a maioria das regiões dos Estados Unidos tem alguma forma de country ou música rural.


UM – Agora, o Hank Williams é a sua maior influência? O que você mais escutava quando mais nova?


GH - Eu comecei a apreciar a música country através do rockabilly no final da adolescência e início dos 20 anos. Hank Williams foi certamente uma influência, mas também foram Patsy Cline, Hank Thompson, Willie Nelson e muitos outros. Eu cresci ouvindo bluegrass e música clássica, depois na minha adolescência foi principalmente hip-hop e rock.


UM – Você poderia explicar as diferenças entre o country clássico e o honky tonk? Podemos dizer que o honky-tonk tem mais pedal steel guitar?


GH - Na verdade, o country clássico é honky tonk. Tradicionalmente, o honky tonk e a country music tiveram pedal steel guitar a partir dos anos 50, mas também o violino e o banjo tendem a ser adições populares. E dependendo de qual região a música está vindo, você pode encontrar um acordeão ou piano também!


UM – Escutei toda a sua discografia, muito boa! Neste exato momento estou escutando Gal Holiday and the Honky Tonk Revue, seu primeiro disco. Primeiramente, poderia falar sobre a banda, The Honky Tonk Revue?


GH - Eu comecei a banda em 2004 como um catalisador para me apresentar mais, descobrindo que a música country era um estilo que eu realmente gostava de cantar. A banda mudou muito na medida em que os músicos vão. Nós já tivemos pedal steel, violino, banjo, baixo elétrico e baixo acústico e, claro, guitarras elétricas e acústicas ao longo dos anos!


UM – Agora, poderia falar sobre o disco em si?


GH - O álbum de estreia foi realmente uma resposta a uma enxurrada de pedidos de fãs para levar algo dos shows para casa. Floresceu a partir daí e agora temos quatro álbuns! Ele inclui algumas capas clássicas que escolhemos, bem como músicas originais, uma das quais, The Bottle & The Booze, também aparece em nosso álbum mais recente.


UM - Quais são as suas cantoras de country favoritas?


GH - Há muitas artistas de country clássicos que eu amo, claro, mas artistas mais contemporâneas como LeAnn Rimes, que tem uma voz tão forte, são o tipo de cantoras que eu gosto de ouvir. Eu realmente gosto da música de uma chamada Eilen Jewel, Nikki Lane também é incrível.


UM – O seu segundo álbum Set Two também é muito bom! Traz o mesmo espírito honky tonk. Você considera o disco uma continuação natural do primeiro?


GH - Sim, como já mencionei, tivemos fãs pedindo um álbum de estreia. O segundo foi novamente uma resposta aos pedidos dos fãs! É certamente lisonjeiro ter pessoas pedindo sua música!


UM – Ainda sobre Set Two, Brain cloudy blues tem uma pegada bem blues. Você considera que o blues e o honky tonk têm uma raiz comum? Quais seus bluesmen favoritos?


GH - Blues, swing, country, todos eles têm uma vibração baseada em raiz similar. Era muito comum os artistas de western swing fazerem versões de blues e músicas de swing. Na verdade, antigamente, as estações de rádio não faziam distinção sobre o estilo de música que tocavam. Eles apenas tocavam tudo que era popular e as pessoas ouviam todos os tipos de música. Nosso som é muito eclético porque gostamos de tocar músicas de vários gêneros musicais. Agora, RL Burnside é um dos meus artistas de blues favoritos e, claro, grandes nomes como Howlin Wolf vêm à mente também.


UM – Você compõe quase todas as músicas, certo? Você considera gravar um disco apenas com clássicos do honky tonk?


GH - Hoje em dia eu prefiro lançar álbuns de músicas originais, embora o Set Two tenha sido principalmente com covers clássicos. Eu provavelmente gravarei outro álbum com clássicos em algum momento.


UM – Você gravou Lost & Found. Eu li algo interessante: "com um inconfundível ar da costa do Golfo [do México]. Poderia explicar?


GH - Na costa do golfo, temos alguns estilos de música que não são tão aparentes ou simplesmente não existem em outros lugares. A valsa é muito popular na Louisiana, bem como um estilo chamado “swamp pop”.


UM – O álbum foi produzido pelo Jimbo Mathus, eu adoro a música dele. Poderia falar sobre ele? Como foi trabalhar com ele?


GH - Jimbo tem sido um grande amigo e colaborador há muitos anos. Eu ocasionalmente canto com os Squirrel Nut Zippers e foi assim que nos conhecemos há muitos anos. Ele estava aqui em Nova Orleans tocando guitarra conosco, assim passou a tocar na área regularmente. Ele é uma força criativa para contemplar e é uma verdadeira honra trabalhar com uma pessoa como ele.







ENGLISH VERSION:


Ugo Medeiros – You’re a honky tonk musician. Could you explain to brazilian people what it means “honky tonk”? Is it a musical style or is more like a life style?


Gal Holiday - I think to some people it’s more of a lifestyle, but the term honky tonk actually refers to the bar or “honky-tonk” and the country music that’s usually played there. Sometimes honky-tonk has a rough and rowdy connotation attached to it!


UM – It’s impossible to speak in country honky tonk and not think of two things: Nashville and Hank Williams. First, are you from Nashville? I’m asking you this because I discover you when I was researching some Nashville honky tonk houses…


GH - I was born in Tennessee, but I never lived there. I grew up in Maryland, surrounded by mostly bluegrass music. While NashVille is one of the most famous places for country music, most regions in the United States have some form or another of country or rural music.


UM – Now, Is Hank Williams your major influence? What did you listen to the most at your youth?


GH - I came to appreciate country music through rockabilly in my late teens and early 20s. Hank Williams was certainly an influence but so were Patsy Cline, Hank Thompson, Willie Nelson and many others. I grew up listening to bluegrass and classical then in my teenage years it was mostly hip-hop and rock.


UM – Could you explain the diferences between the classic country and honky tonk? Can we say honky tonk has more pedal steel guitar?


GH - Actually classic country is honky-tonk. Traditionally honky-tonk and country music has pedal steel guitar from about the 50s on but also fiddle and banjo tend to be popular additions. And depending what region the music is coming from you might find an accordion or piano thrown in, too!


UM – I listened all your discography, very good! At this moment I’m listening Gal Holiday and the Honky Tonk Revue, your first álbum. First, could you talk about the band, The Honky Tonk Revue?


GH - I started the band in 2004 as a catalyst to perform more, Discovering that country music was a style that I really enjoyed singing. The band has changed a lot as far as players go; we’ve had pedal steel, fiddle, banjo, electric bass and acoustic bass plus of course electric and acoustic guitars over the years!


UM – Now, Could you talk about the record itself?


GH - The debut album was really a response to an outpouring of requests from fans for something to take home with them from shows. It just blossomed from there and now we have four albums out! It includes some choice classic covers as well as original songs one of which, The Bottle & The Booze appears on our latest album as well.


UM - What are your favorite country singers?


GH - There are lots of classic country artists that I love of course, but more contemporary artists like LeAnn Rimes who has such a strong voice are the kind of singers that I like to listen to. I really enjoy the music of a woman named Eilen Jewel and Nikki Lane is also awesome.


UM – Your Set Two álbum also is very good! It brings the same honky tonk spirit. Do you consider Set Two a natural continuation from your firts álbum?


GH - Yes, as I mentioned already we had fans asking for a debut album. The second one was again a response to requests from fans! It’s certainly flattering to have people asking for your music!


UM – Speaking of Set Two, Brain cloudy blues has a blues feeling. Do you think blues and country honky toonk have a similar root? What are your favorite bluesmen?


GH - Blues, swing, country they all have a similar root-based vibe. It was very common for western swing artists to cover blues and straight up swing songs. In fact, back in the day, radio stations didn’t make a distinction about what style of music they played. They just played everything that was popular and people listened to all types of music. Our sound is very eclectic because we like to play songs from many genres of music.

RL Burnside is one of my favorite blues artists and of course greats like Howlin Wolf come to mind as well.


UM – You compose almost all the songs, right? Do you consider to record an album just with classic honky tonk covers?


GH - These days I do prefer to release albums of original music although Set Two was mostly classic covers. I’ll likely record another classic album at some point.


UM – You release Lost & Found. I read something interesting: “With an unmistakable Gulf Coast feel”. Could you explain?


GH - On the gulf coast we have a few styles of music that aren’t as apparent or simply don’t exist in other places. The waltz is very very popular in Louisiana as well as a style called “swamp pop.”


UM – The álbum was produced by Jimbo Mathus, I love his music. Could you talk about him? How was to work with him?


GH - Jimbo has been a great friend and collaborator for many years. I occasionally sing with the Squirrel Nut Zippers and that’s how we met many years ago. He was just down here in New Orleans playing lead guitar with us and he comes to play in the area regularly. He’s a creative force to behold and it’s a true honor to work with a person like him.



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