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Entrevista Budda Guedes


Não é de hoje que o Coluna Blues Rock presta atenção à cultura portuguesa, uma vasta produção artística da mais alta qualidade com músicos talentosos. Todos com fluência natural, vocais extremamente competentes e sem aquele sotaque de IBEU [curso de línguas bem popular no Rio de Janeiro]. Essa busca, que começou como uma curiosidade, revelou Vítor Bacalhau, um cara com virtudes musicais ímpares [entrevista aqui]. E agora levou ao responsável pelo fortalecimento do blues-rock português, o grande Budda Guedes.

Além de exímio guitarrista, Budda é um produtor de mão cheia, quase como um Willie Dixon do blues português - claro, respeitando as devidas diferenças. Através da Mobydick Records artistas conseguem registar belos trabalhos e, dessa forma, consolidar o rock e o blues em um país que nunca houve uma cena com um público fiel. "A Mobydick Records é composta por três pessoas que assumem funções diferentes. Eu (Budda Guedes) assumo toda a parte musical e artística das bandas que gravam na Mobydick Records. Toda a captação, produção, mixagem e masterização são feitas por mim. (...) Somos todos músicos e criamos a Mobydick Records para podermos fazer os discos que achamos artisticamente relevantes e interessantes, nos timmings que pretendemos e como pretendemos. Os artistas têm toda a liberdade para criar e fazerem o que pretenderem e ganham a maior fatia dos rendimentos. É uma gravadora de músicos, não um supermercado", descreveu Budda sobre a excelente gravadora.

Fã de carteirinha do blues-rock britânico, iniciou sua relação musical com Jimi Hendrix - que apesar de americano, foi produzido e explodiu em Londres - e Deep Purple, mas foi com o Led Zeppelin que compreendeu as possibilidades de uma banda. Ou melhor, viu que quando os integrantes estão entrosados simplesmente não há limites para a criação artística. "O Led Zeppelin apareceu um pouco mais tarde na minha vida (em relação a Jimi hendrix ou Deep Purple, por exemplo), mas é a maior referência do que é ser uma banda para mim. A complexidade e cumplicidade entre quatro elementos, a ornamentação e harmonias complexas misturadas com o poder crú do rock e do blues, mexe comigo todas as vezes que ouço. O cuidado com os timbres, com a escolha de arranjos, é algo com o qual me identifico 100%", explicou o músico sobre o fascínio ao Zeppelin.

Dono de uma discografia impecável, sempre marcada pela forte influência do rock inglês, lançou este ano Back to Roots, trabalho com o selo Mobydick/Budda de qualidade. Porém seus álbuns anteriores, como One in a Million e Budda Power Blues, merecem uma atenta audição. Budda Guedes e seu Budda Power Blues soam firmes e podem (e conseguirão) bater de frente com as bandas inglesas e americanas.


Ugo Medeiros – Como foi o seu primeiro contato com a música? Digo, durante a sua infância em Portugal, você teve contato com quais bandas? Tudo começou com o rock clássico?


Budda Guedes - Bom, tanto o meu pai como a minha mãe foram músicos na década de 1970 e a música sempre esteve presente. A primeira vez que me lembro de prestar atenção a uma música foi com Dire Straits. As bandas que ouvíamos enquanto crianças eram Dire Straits, Pink Floyd, Supertramp, Rui Veloso, e depois tudo o que dava na TV. O ponto de viragem foi o Nevermind do Nirvana. Esse disco fez-me querer ser músico (naquela altura, baterista). Depois disso, Red Hot Chilli Peppers, Rage Against The Machine, Metallica e Pearl Jam, Guns ‘n’ Roses. Do Red Hot passei para Jimi Hendrix por causa da tatuagem no braço do Flea, e daí descobri todo um mundo de música que me apaixonou e arrebatou. Deep Purple, Led Zeppellin, Cream, The Doors, Jefferson Airplaine, Santana, Janis Joplin, Joe Cocker. O Jazz, com Miles Davis, Coltrane e Tom Jobim, Sting, Caetano Veloso, Morphine, e muitos de que me estarei a esquecer seguramente. O meu gosto musical sempre foi muito eclético, mas muito seletivo.


UM – Você poderia falar um pouco sobre a cena de rock portuguesa? Quais as principais bandas? Quais delas te influenciaram?


BG - A cena rock em Portugal não existe propriamente. Aliás, quase não há uma cena específica. Há muitas bandas e artistas, mas os estilos são todos muito próprios de cada uma. Não há uma espécie de movimento. Enquanto crescia, a música portuguesa não me dizia muito (ou nada) com a exceção do Rui Veloso, que, sem eu saber, estava a tocar muitas variações de Blues. Mais tarde aprendi a apreciar a música que se fazia naquela época, mas a influência que teve em mim foi muito pouca. Depois de começar a tocar (anos 1990) a cena musical portuguesa explodiu para algo com o qual me identifico muito mais. E aí Da Weasel, Zen, Feed, Blasted Mechanism, Cosmic City Blues, são algumas das minhas influências dessa fase.


UM – Você tinha uma banda bem legal de rock clássico, Balão de Ferro. O nome já é uma referência ao Led Zeppelin. Primeiramente, poderia falar sobre a importância do Led Zeppelin na sua vida e sobre o legado da banda no mundo do rock?


BG - O Led Zeppelin apareceu um pouco mais tarde na minha vida (em relação a Jimi hendrix ou Deep Purple, por exemplo), mas é a maior referência do que é ser uma banda para mim. A complexidade e cumplicidade entre quatro elementos, a ornamentação e harmonias complexas misturadas com o poder crú do rock e do blues, mexe comigo todas as vezes que ouço. O cuidado com os timbres, com a escolha de arranjos, é algo com o qual me identifico 100%. Há um mundo rock antes e depois de Led Zeppelin.


UM – Sobre o Balão de Ferro, como nasceu a banda? Poderia falar sobre seus integrantes e sua trajetória?


BG - Depois de muitos desafios lançados por amigos e promotores, resolvemos experimentar uma versão de Budda Power Blues cantado em Português. A ideia seria partir do universo do blues para um universo de canções em português. O resultado foi inevitavelmente influenciado pelo Zeppelin e daí a escolha do nome.


UM – Budda Power Blues é demais, uma das melhores bandas de blues-rock na atualidade. Como veio a ideia de fazer um projeto mais voltado ao blues?


BG - A banda surgiu em 2004 quando eu integrava o Big Fat Mamma, uma banda de oito integrantes e por isso com os arranjos milimetricamente calculados e sem grande margem para a improvisação. Budda Power Blues surge depois de uma outra banda minha (Red House Blues Band) se ter extinto, fruto da necessidade de ter um projeto simples (trio) onde houvesse imensa liberdade de experimentação, improvisação e espaço musical por sermos apenas três. Com o tempo, Budda Power Blues começou a ser requisitado para concertos maiores e mais importantes e tornou-se ali o meu projecto principal! Quem diria!?


UM – Seu disco One in a Million é excelente. Will to live tem uma pegada Stevie Ray Vaughan. Há blues lentos como She’s gone e I had a woman but she left me. Love and hate tem bastante groove, One in a million e Living and lovin the blues são ótimos blues-rocks. E Early this morning tem um clima mais oldie. Poderia falar sobre o álbum?


BG - Antes de mais nada, muito obrigado. One in a Million é o primeiro disco onde cedi aos inúmeros pedidos para fazer blues originais. Até aí nunca tinha encontrado uma razão para o fazer, até porque as versões que tocávamos eram altamente manipuladas e alteradas, o que lhes davam uma característica quase original. Alguns temas eram quase irreconhecíveis e não pensava que poderia acrescentar algo ao mundo do blues. Este disco mudou por completo esse paradigma. Ao experimentar fazer novos blues, criamos a sonoridade Budda Power Blues, com todas as influências que trazemos para a mesa. O disco conta com alguns convidados bem especiais, amigos que partilharam o palco conosco em um ou outro momento. Pedro Martins toca bateria juntamente com o Nico em dois temas (Love & hate e Tell me what I’d love to hear). Carlos Polónia, grande amigo que infelizmente não se encontra mais entre nós, toca gaita em Early This Morning. Ele sempre foi um assíduo dos nossos concertos, frequentemente subia ao palco para uma jam. É um disco com as várias facetas do Budda Power Blues, desde os grooves lentos e pesados, aos temas mais alegres, às dinâmicas mínimas e soft.


UM - Budda Power Blues é bom para caralho! Discaço! Você queria fazer um projeto mais hard/pesado desde o início?


BG - Nunca pensei muito nisso, mas o nosso blues sempre foi mais influenciado pelos britânicos (incluindo o Hendrix nesse leque) do que pelo blues negro. Daí o nome da banda, para que não houvesse confusão. Eu adoro as dinâmicas exageradas, tanto para cima como para baixo. E o rock está sempre presente na nossa forma de compôr. Este disco celebra os dez anos de existência da banda e como tal inclui muitos convidados que fizeram e fazem parte da história da banda. Um dos mais exóticos é o gaitista britânico Paul Lamb, que em um festival de blues invadiu o nosso palco para se juntar enquanto tocávamos uma versão acústica de Early This Morning. Foi um momento mágico de partilha e ficou uma bela amizade. Convidei-o para gravar gaita em Blues Going Down, um tema que eu tinha pensado ser apenas voz e guitarra de doze cordas, mas que me faltava sempre algo. Na Alemanha e sem conseguir acesso a um estúdio, Paul gravou um vídeo no iphone a tocar por cima do tema enquanto ouvia a minha música pelos headphones. Enviou-me o vídeo e eu extraí o áudio, e é esse o áudio que está no disco.


UM - Back to Roots é o seu novo disco, muito bom! Healing earth traz um clima meio escocês. De onde veio essa inspiração? Fale um pouco desse projeto…


BG - Com este disco quis voltar às minhas origens genéticas, ou seja, Portugal. É um disco conceitual que fantasia sobre a possível influência da música e cultura portuguesa na gênese dos blues. Pegamos em motivos culturais portugueses e fundimos com o blues. Engraçado, pois a conclusão a que chegamos foi que esta fusão frequentemente vai parar em universos folk, ou celtas, ou country. É a primeira vez que acabo um disco e me sinto 100% realizado e orgulhoso com o produto final. Normalmente tenho sempre muitas dúvidas quanto à validade artística dos meus discos.


UM – Te conheci através do Vítor Bacalhau, o moleque toca demais! Você produziu o disco dele, certo?


BG - O Vitor é um músico incrível de Algarve. Mixei o primeiro EP dele e gravei, produzi e mixei os seus dois discos. É um grande talento do blues-rock nacional e uma pessoa incrível! Tornamo-nos grandes amigos e belos companheiros de trabalho. Acabou de receber uma bela consagração do seu valor ao conseguir um terceiro lugar (primeiro pódio para Portugal) no European Blues Challenge, uma competição anual entre mais de vinte países europeus.


UM – Além do Vítor, quais outros artistas/bandas dessa nova geração portuguesa você indica?


BG - Da geração do Vitor há vários artistas muito interessantes em áreas muito diferentes. Bed Legs é uma grande banda de rock (também gravei, produzi e mixei o seu segundo álbum recém-lançado), o Gradphathers House é uma banda entre o Portishead e o soul (gravei e produzi o seu segundo álbum). Depois, há artistas de outras faixas etárias mas que estão a aparecer agora também no mercado como Nuno Andrade Blues Drive, um power trio muito influenciado pelo Stevie Ray Vaughan e Albert Collins.


UM – Você é um artista da Mobydick Records, impressionante como o selo só produz material de qualidade. Poderia falar sobre a gravadora?


BG - Muito obrigado mais uma vez. A Mobydick Records é composta por três pessoas que assumem funções diferentes. Eu (Budda Guedes) assumo toda a parte musical e artística das bandas que gravam na Mobydick Records. Toda a captação, produção, mixagem e masterização são feitas por mim. O Nico Guedes assume toda a questão de imagem das bandas. Desde as sessões fotográficas, aos videos, ao design etc. A Alex Liberalli, assume toda a parte administrativa da gravadora, o agenciamento, a promoção e o management. Somos todos músicos e criamos a Mobydick Records para podermos fazer os discos que achamos artisticamente relevantes e interessantes, nos timmings que pretendemos e como pretendemos. Os artistas têm toda a liberdade para criar e fazerem o que pretenderem e ganham a maior fatia dos rendimentos. É uma gravadora de músicos, não um supermercado.


UM – Uma pergunta cretina que os guitarristas detestam: Stevie Ray Vaughan tocando um blues-rock pesado tipo Pride and joy ou Jimmy Page tocando um blues lento como Since I’ve been loving you?


BG - Nenhum dos dois é o meu guitarrista favorito, mas se tivesse que optar (felizmente não tenho) prefiro o Jimmy Page, sem dúvidas.




ENGLISH VERSION:


Ugo Medeiros – How was your first contact with music? I mean, during your childhood in Portugal, did you have contact with which bands? Did it all start with classic rock?


Budda Guedes - Well, both my father and my mother were musicians in the 1970s and music was always present. The first time I remember paying attention to a song was with Dire Straits. The bands we listened to as kids were Dire Straits, Pink Floyd, Supertramp, Rui Veloso, and then everything on TV. The turning point was Nirvana's Nevermind. This record made me want to be a musician (at that time, drummer). After that, Red Hot Chilli Peppers, Rage Against The Machine, Metallica and Pearl Jam, Guns 'n' Roses. From Red Hot I moved to Jimi Hendrix because of the tattoo on Flea's arm, and from there I discovered a whole world of music that I fell in love with. Deep Purple, Led Zeppellin, Cream, The Doors, Jefferson Airplaine, Santana, Janis Joplin, Joe Cocker. The Jazz, with Miles Davis, Coltrane and Tom Jobim, Sting, Caetano Veloso, Morphine, and many of which I will surely forget. My musical taste has always been very eclectic, but very selective.


UM – Could you tell us a bit about the Portuguese rock scene? What are the main bands? Which ones influenced you?


BG - The rock scene in Portugal does not exist properly. By the way, there is almost no specific scene. There are many bands and artists, but the styles are all very own of each. There is not a kind of movement. While growing up, Portuguese music did not tell me much (or anything) except for Rui Veloso, who, unbeknownst to me, was playing a lot of blues variations. Later I learned to enjoy the music that was made at that time, but the influence it had on me was very little. After starting to play (1990s) the portuguese musical scene exploded into something with which I identify myself much more. And so Da Weasel, Zen, Feed, Blasted Mechanism, Cosmic City Blues, are some of my influences from this period.


UM – You had a pretty cool classic rock band, Balão de Ferro [Iron Balloon]. The name is already a reference to Led Zeppelin. First, could you talk about the importance of Led Zeppelin in your life and about the band's legacy in the rock world?


BG - Led Zeppelin appeared a little later in my life (in relation to Jimi Hendrix or Deep Purple, for example), but it is the biggest reference of what it's like to be a band for me. The complexity and complicity between four elements, ornamentation and complex harmonies mixed with the raw power of rock and blues, stirs me every time I hear. The care with the tones/sonority, with the choice of arrangements, is something with which I identify myself 100%. There is a rock world before and after Led Zeppelin.


UM – About the Balão de Ferro, how the band was born? Could you talk about the band's members and career?


BG - After many challenges launched by friends and promoters, we decided to try a version of Budda Power Blues sung in Portuguese. The idea would be to start from the blues universe to a universe of songs in Portuguese. The result was inevitably influenced by Zeppelin and hence the choice of name.


UM – Budda Power Blues is awesome, one of the best blues-rock bands today. How did you come up with a more blues-oriented project?


BG - The band came out in 2004 when I was part of the Big Fat Mamma, an eight member band and so with the arrangements that were calculated with no limits to improvisation. Budda Power Blues comes after another band (Red House Blues Band) is extinct, due to the need to have a simple project (trio) where there was immense freedom of experimentation, improvisation and musical space for being only three. Over time, Budda Power Blues began to be requisitioned for larger and more important concerts and became my main project there! Who would say!?


UM – Your album One in a Million is excellent. Will to live has a Stevie Ray Vaughan punch. There are slow blues like She's gone and I had a woman but she left me. Love and hate has a lot of groove, One in a million and Living and lovin the blues are great blues-rocks. And Early this morning has a more oldie mood. Could you talk about the album?


BG - First of all, thank you very much. One in a Million is the first album where I gave in to the numerous requests to make original blues. Until then I had never found a reason to do so, because the versions we played were highly manipulated and altered, which gave them an almost original feature. Some themes were almost unrecognizable and I did not think I could add anything to the blues world. This disk completely changed this paradigm. When trying new blues, we create the Budda Power Blues sound, with all the influences we bring to the table. The album has some very special guests, friends who shared the stage with us at one time or another. Pedro Martins plays drums along with Nico in two songs (Love & hate and Tell me what I'd love to hear). Carlos Poland, a great friend who unfortunately is no longer among us, plays harmonica in Early This Morning. He was always an assidist of our concerts, he often went onstage for a jam. It's an album with the various facets of Budda Power Blues, from the slow and heavy grooves, to the most joyful songs, to the minimal and soft dynamics.


UM - Budda Power Blues is so fuckin' good! Did you want to make a harder/heavy project from scratch?


BG - I never thought much of it, but our blues have always been more influenced by the british (including Hendrix in that range) than by the black blues. Hence the name of the band, so that there was no confusion. I love the exaggerated dynamics, both up and down. And rock is always present in the way we compose. This album celebrates the ten years of existence of the band and as such includes many guests who have made and are part of the history of the band. One of the most exotic is the british harmonica player Paul Lamb, who at a blues festival invaded our stage to join while playing an acoustic version of Early This Morning. It was a magical moment of sharing and became a beautiful friendship. I invited him to record harmonica in Blues Going Down, a song that I had thought to be just a twelve-string guitar and voice, but I always felt a lack, something. In Germany and without getting access to a studio, Paul recorded a video on the iphone to play on the theme while listening to my music through the headphones. He sent me the video and I extracted the audio, and that's the audio that's on the disk.


UM - Back to Roots is your new album, very good! Healing earth brings some scottish inspiration. Where did this inspiration come from? Tell us about this project...


BG - With this album I wanted to go back to my genetic origins, that is, Portugal. It is a conceptual disc that fancy about the possible influence of the music and Portuguese culture in the genesis of the blues. We took in Portuguese cultural motifs and merged with the blues. Funny, because the conclusion we came to was that this merger will often stop in folk, or Celtic, or country universes. It's the first time I finish a record and I feel 100% accomplished and proud with the final product. I usually have many doubts about the artistic validity of my albums.


UM – I met you through Vítor Bacalhau, the "kid" can really PLAY! You produced his record, right?


BG - Vitor is an incredible Algarve musician. I mixed his first EP and recorded, produced and mixed his two albums. He is a great talent of the national blues-rock and an incredible person! We become great friends and beautiful workmates. He has just received a fine recognition of his value by securing a third place (first podium for Portugal) at the European Blues Challenge, an annual competition among more than twenty European countries.


UM – Besides Vítor, what other artists/bands of this new portuguese generation do you indicate?


BG - From Vitor's generation there are several very interesting artists in very different areas. Bed Legs is a great rock band (I also recorded, produced and mixed their second album just released), Gradphathers House is a band between Portishead and soul (I recorded and produced their second album). Then there are artists from other age groups but are now also appearing in the market as Nuno Andrade Blues Drive, a power trio very influenced by Stevie Ray Vaughan and Albert Collins.


UM – You're a Mobydick Records artist, impressive because the label only produces quality material. Could you talk about the label?


BG - Thank you so much again. Mobydick Records is made up of three people who take on different roles. I (Budda Guedes) assume all the musical and artistic part of the bands that record in Mobydick Records. All the capturing, production, mixing and mastering are done by me. Nico Guedes assumes the whole question of the image of the bands. From photo shoots, videos, design, etc. To Alex Liberalli, she assumes all the administrative part of the record company, agency, promotion and management. We are all musicians and we created Mobydick Records to be able to make the records we think are artistically relevant and interesting, in the timings we want and how we want them. Artists are free to create and do what they want and earn the largest share of income. It's a record company of musicians, not a supermarket.


UM – A stupid question that guitarists hate: Stevie Ray Vaughan playing a heavy blues-rock like Pride and joy or Jimmy Page playing a slow blues like I've Been Loving You?


BG - Neither is my favorite guitarist, but if I had to choose (fortunately I have not) I prefer Jimmy Page, no doubt.



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