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Entrevista Bob Margolin


Bob Margolin tocou por sete anos na banda de Muddy Waters e participou do Last Waltz da The Band! Bob Margolin tocou por sete anos na banda de Muddy Waters e participou do Last Waltz da The Band! Bob Margolin tocou por sete anos na banda de Muddy Waters e participou do Last Waltz da The Band! Bob Margolin tocou por sete anos na banda de Muddy Waters e participou do Last Waltz da The Band!

Não, isso não foi um erro de digitação causado pelo rotineiro excesso etílico, tampouco uma pífia piada premeditada. Apenas emoção por trazer uma entrevista inédita em português com uma lenda que viu o melhor do blues-rock e tocou com o bluesman que influenciou toda uma geração de roqueiros, Muddy Waters. Bob Margolin, Steady Rollin' para os mais íntimos, descobriu o amor pela guitarra após escutar Chuck Berry e já na faculdade frequentava o circuito de blues-rock em Boston, no qual participou até 1973, quando foi convidado pelo mestre eterno Muddy Waters para integrar sua banda.

Como fiel escudeiro do célebre músico, gravou um dos melhores discos de blues ao vivo, Muddy Waters Woodstock Album, e esteve presente durante o revival da carreira de Muddy Waters, mais como um empurrão dado por Johnny Winter. "O Johnny queria usar a sua fama para ajudar o Muddy Waters a ter mais reconhecimento. Ele também sabia que o Muddy, naturalmente, influenciaria a sua música. Ele obteve um êxito duplo. O Johnny passou a tocar mais blues, pelo resto da vida. Isso não lhe rendeu tanto dinheiro, mas preencheu seu coração. Muddy amava o Johnny", explicou Bob.

O guitarrista natural de Boston ainda teve o privilégio de participar de uma jam session digna de lágrimas em meio ao êxtase. Logo após o concerto do Last Waltz, já no hotel, quando os músicos relaxam, tomam duas, cinco ou dez e tocam entre eles sem a menor consideração pelo hóspede vizinho, ocorreu um encontro estrelado. "Lá pelas sete da manhã, quando me preparava para voltar ao meu quarto no hotel, veio o Bob Dylan e me convidou para a jam. Estavam Eric Clapton, Levon, Ron Wood no baixo, Dr. John e Paul Butterfield. Dylan cantou sobretudo canções do Robert Johnson. Eu sabia que aquilo talvez não acontecesse nunca mais", recordou saudosamente.


Ugo Medeiros – Você é nascido e criado em Boston. Como era a cena de blues por lá? Digo, havia uma cena musical própria ou era mais influenciada pelas bandas de Nova Iorque e Chicago?


Bob Margoin - Boa pergunta, Ugo. A partir de meados dos anos 1960 havia jovens músicos que amavam todo tipo de blues, mas não havia algo como Boston blues.


UM – O seu primeiro ídolo musical foi o Chuck Berry? O quanto a música dele te influenciou?


BM - A forma do Chuck Berry tocar foi o que me motivou a tocar guitarra. Tive algumas aulas, mas me ensinavam como ler música e a tocar "standards". Aprendi bastante, mas parei com as aulas. Passei a aprender a partir dos discos e do rádio, um ano depois, ainda no colégio, estava em uma banda de rock.


UM – Uma das suas primeiras bandas foi a Boston Blues Band, banda formanda durante a faculdade, certo? Como foi a mudança para a carreira profissional?


BM - Eu estive em outras bandas durante a faculdade, me graduei em 1970. Do outono de 1971 a março de 1972 toquei com Luther Georgia Boy 'Snake' Johnson. Ele se mudou de Chicago para Boston depois de tocar na banda do Muddy Waters. Luther tocou Chicago blues e algo de R&B e liderou uma banda, assim como Muddy Waters fez. Após o período com o Luther, alguns membros da banda formaram a Boston Blues Band, fiquei com eles até entrar na banda do Muddy Waters em 1973.


UM – Você é um cara que ama Telecaster. É interessante, há alguns um músico me falou que "A Telecaster pode tocar tudo. Quem toca uma Telecaster sabe tocar tudo". Você concorda?


BM - Em grande parte concordo. Jimi Hendrix e outros guitarrista mais modernos poderiam ficar limitados com uma Telecaster, mas para tocar qualquer tipo de música tradicional a Telecaster é bem versátil. Assim como é a Les Paul ou a Stratocaster. Eu tenho e, às vezes, utilizo outras guitarras, mas nos últimos anos a minha Telecaster é a minha dona.


UM – Por que o apelido “Steady Rollin’”?


BM - Um DJ de uma rádio de blues universitária me apresentou em um show do Muddy Waters como "Steady Rollin' Bob Margolin". Rollin' rima com Margolin e Steady rollin' man é uma canção do Robert Johnson. Eu vivi "steady rollin'" e continuo assim [N.E: algo como, vivi caminhando/rodando constantemente e continuo fazendo].


UM – Agora falemos sobre McKinley Morganfield, A.K.A [N.E: também conhecido como] Muddy Waters. Você tocou com ele por sete anos, 1973/80! Como você o conheceu?


BM - As duas bandas que eu mencionei anteriormente abriram shows para o Muddy Waters e ele foi muito legal comigo. Ele viu que eu tentava tocar o que ele chamava de "old school" Chicago blues. Foi muito emocionante para mim porque ele sempre foi o meu músico favorito.


UM – Você participou em um dos meus discos favoritos do Muddy Waters, Muddy Waters Woodstock Album! Muddy liderando uma banda com Levon Helm, Garth Hudson, Paul Butterfield, Pinetop Perkins! O álbum é MARAVILHOSO! Poderia falar sobre o álbum?


BM - The Muddy Waters Woodstock Album foi o último disco pela Chess Records. Para esse disco Muddy trouxe Pinetop e eu, que já éramos da banda, e outros músicos. Foi maravilhoso conhecer e tocar com o Paul, Levon e Garth, eu era um grande fã da Paul Butterfield Blues Band e da The Band. Me tornar amigo deles foi incrível. Há cerca de um ano toquei nos shows de comemoração de quarenta anos do Last Waltz e fiquei um tempo com o Garth Hudson. Uma viagem no tempo!


UM - O período que você esteve com o Muddy foi justamente quando a carreira dele foi resgatada pelo Johnny Winter. Poderia falar sobre a relação entre Muddy Waters e Johnny Winter? A música do Johnny Winter te influenciou?


BM - Eu assisti ao Johnny Winter em 1969 e 1970, amei a música dele. O Johnny queria usar a sua fama para ajudar o Muddy Waters a ter mais reconhecimento. Ele também sabia que o Muddy, naturalmente, influenciaria a sua música. Ele obteve um êxito duplo. O Johnny passou a tocar mais blues, pelo resto da vida. Isso não lhe rendeu tanto dinheiro, mas preencheu seu coração. Muddy amava o Johnny. Eles se tornaram grandes amigos até o falecimento de Muddy.


UM – Você estava na banda do Muddy Waters durante o Last Waltz do The Band, um concerto HISTÓRICO! Temos muito o que discutir. Primeiramente, sobre o The Band. Atualmente muitos de intitulam como músicos de "americana", um termo bem vago. Mas tenho uma certeza, The Band foi a maior banda de americana de todos os tempos! Você concorda? O quão grande é o legado da banda?


BM - Sim! A The Band misturava diversos estilos musicais e adicionava sua própria criatividade e genialidade musical. E isso em um período que a música psicodélica era popular. A The Band fazia o que hoje chamamos de americana, mas com liberdade e com suas próprias (e ótimas) formas de tocar e cantar. Durante a Last Waltz 40 Tour vi o quanto as pessoas ainda realmente amam a The Band, e não apenas gente mais velha, jovens também.


UM – Falando sobre The Band, você teve mais contato com o Levon Helm. Na minha opinião, o gênio por trás da The Band, um cara simples, extremamente humilde. Como era a relação de vocês?


BM - Levon Helm tinha um carisma óbvio. Ele tratava todos como se fossem seus melhores amigos. Significou muito para mim vê-lo se apresentar depois de 1976 e tocar com ele nos anos 1990 e 2000. Acho que ele tinha uma genialidade natural, mas, na minha opinião, todos na The Band era geniais, aquilo tudo junto era melhor do que em partes separadas. É apenas a minha opinião, mas eu os vi juntos e toquei com alguns deles individualmente algumas vezes.


UM – Eu li na American Blues scene sobre uma jam session com o Bob Dylan no dia seguinte ao Last Waltz. Poderia nos contar sobre essa história incrível?


BM - Após o concerto do Last Waltz, os músicos ficaram tocando a noite toda. Lá pelas sete da manhã, quando me preparava para voltar ao meu quarto no hotel, veio o Bob Dylan e me convidou para a jam. Estavam Eric Clapton, Levon, Ron Wood no baixo, Dr. John e Paul Butterfield. Dylan cantou sobretudo canções do Robert Johnson. Eu sabia que aquilo talvez não acontecesse nunca mais. No meio da jam eu olhei por cima da minha guitarra... e ainda vejo todos e sorrio.


UM – Ano passado você tocou no The Last Waltz 40 Tour. Como foi? Quem mais tocou? É verdade que você tocou com a mesma guitarra de 1976?


BM - Foi um show no JazzFest em 2016 e outro no Warren Haynes' Christmas Jam em dezembro do mesmo ano, a turnê pelos EUA foi entre janeiro e abril de 2017. Os diretores musicais eram Warren Haynes e Don Was. Muitos músicos tocaram apenas em alguns dos show ou apenas assistiram. Terence Higgins esteve sempre na bateria. Tínhamos Mark Mullins & The Levee Horns em todos os shows. Jamey Johnson esteve em quase todos os shows. Nos teclados tivemos uma alternância entre John Medeski, Garth Hudson, Michael McDonald e Danny Louis em diferentes shows. Ivan e Cyril Neville estiveram em vários shows. Joan Osborne cantou em alguns. Dave Malone, de Nova Orleans, é um velho amigo e um brilhante cantor e guitarrista. Jimmy Vivino e Wayne Kramer assistiram a diferentes shows. Para mim foi como uma viagem no tempo. Eu amava a música do Last Waltz e escutei sempre nos ensaios. As minhas simples canções de blues não precisavam mais do que um segundo de ensaio. Além de Mannish boy, toquei às vezes Caldonia e Kind hearted woman blues, essa tiramos daquela jam pós show que você perguntou. De vez em quando dividia vocais e guitarra com o Warren em Further on up the road. The Last Waltz 40 foi uma experiência especial para mim. Eu tinha vendido a guitarra que usei em 1976, mas Cameron Williams, a quem eu tinha vendido, trouxe de Nova Iorque para um show que fizemos em Nova Jérsei. Mais viagem no tempo!


UM – Você tocou na Casa Branca com o Muddy Waters para o Jimmy Carter em 1978. Você tocaria hoje para o Trump?


BM - Ele nunca me convidaria e eu nunca faria. Cuidado, política deixa as pessoas malucas. (rs)


UM – Você gravou três discos em sequência pela Alligator Records. Gosto de todos! Comecemos por Down in the Alley, ótimo disco. Worried life blues (Big Maceo Merriweather), Look you've done (Muddy Waters), Wee wee hours (Chuck Berry), Twelve years old boy (Elmore James) e outras canções autorais. Poderia falar sobre o disco?


BM - Fiquei honrado em fazer três discos pela Alligator durante os anos 1990. As canções Down in the alley e Worried life blues contaram com um convidado especial, o cantor de R&B Nappy Brown. Nappy era um grande vocalista, faleceu em 2008. Eu adorei tocar Wee wee hours do Chuck Berry.


UMMy Blues & My Guitar é excelente! Você fez duas versões fantásticas, See me in the evening do Hound Dog Taylor e The same thing do Willie Dixon. Hound Dog Taylor é um dos meus bluesmen de slide favoritos, possuía um vocal único. Willie Dixon foi, talvez, o maior produtor de blues da história. Poderia falar sobre essas duas lendas?


BM - Assisti ao Hound Dog antes de entrar na banda do Muddy Waters, mas o conheci depois. Essa era uma banda especial com duas guitarras e bateria. Eles tocavam de forma crua e forte e a música vinha dos bares de south side Chicago. Ainda toco músicas dele quando estou com a minha banda. Tad Walters consegue tocar a segunda guitarra e eu posso tocar o slide de Hound Dog. Se tocamos com pequenos amplificadores não fica tão alto e é divertido. Willie Dixon, além de grande produtor, é conhecido como baixista e compositor. Tanto quanto ele fez pelo blues, escute o contrabaixo em Johnny B. Goode. E ele ainda escreveu canções para Muddy Waters, Howlin' Wolf e muitos outros que tiveram essas canções como seus maiores hits. Ambos eram incrivelmente talentosos, ficamos todos mais ricos porque suas músicas sobrevivem nesse mundo.


UM - Up & In também um ótimo disco. Vocês fez uma versão bem legal de Goin' back on the road do Snooky Pryor. Poderia falar sobre o disco e sobre o Snooky Prior?


BM - Up & In foi o meu último disco pela Alligator, gravado em 1997 e lançado em 1998. Eu toquei a canção do Snooky Pryor como um shuffle ao estilo Elmore James com o slide. O próprio Snooky foi um convidado no disco My Blues & My Guitar, o disco anterior. Ele foi da geração original de gaitistas de Chicago que usava o microfone e um amplificador para ficar mais pesado, como o som do saxofone. A forma dele cantar e tocar a gaita era excelente, mas, como eu toquei com ele, percebi que o ritmo dele era incrível. Tocar um shuffle como Judgment Day com Snooky me faria marchar enquanto eu tocasse, não me machucaria e nada mais importaria. Up & In tinha diferentes tipos de canções, algumas originais, outras não. Agora, quando escuto o disco, algumas soam boas para mim e outras me fazem perguntar "o que eu estava pensando?". Eu tento aprender com as melhores músicas o que funciona, assim como o que não fazer novamente.


UM – Eu ADORO o seu disco North Carolina, escutei e senti algo diferente... Você gravou sozinho?


BM - Exatamente! Eu toquei cada nota nesse álbum, usando todas as guitarras que eu tinha, um baixo e uma caixa com baqueta escovinha. Diversos estilos de canções, uma não soa como a outra. Estou fazendo isso para o meu próximo disco, já finalizei quase metade e espero que seja lançado ainda esse ano. Espero que todos achemos que eu cantei, toquei e compus melhor que nunca. Estou muito envolvido para julgar, mas o mundo me dirá.


UM – Poderia falar sobre o seu último disco, My Road?


BM - My Road foi o meu primeiro disco com músicas novas autorais desde My Blues & My Guitar. Eu fui abençoado por ter ao meu lado Michael Freeman como produtor e engenheiro de som, me ajudando a fazer o meu melhor. Em algumas das canções, as demos que eu gravei em casa foram justamente o que eu queria e as colocamos no disco. Muitas canções foram gravadas de forma convencional, eu e Tad Walters na gaita ou na guitarra mais Chuck Cotton na bateria. O disco foi gravado pela Steady Rollin' Records e The VizzTone Label Group - sou um sócio fundador nisso. Paguei pela melhor publicidade que podia e o disco foi bem divulgado. Foi lançado no final de 2016 e ganhei dois Blues Blast Magazine Awards. Em 2017 foi nomeado para três Blues Music Awards e ganhei um, Best Male Traditional Blues Artist. Estou satisfeito, mas agora estou ocupado, escrevendo e gravando novas canções em casa para o próximo disco. Acho que My Road é o meu melhor disco até agora, mas tenho que fazer melhor no próximo. Estou tentando! Estou com 68 anos, mas com saúde e ainda consigo usar tudo o que eu aprendi para cantar, tocar, compor e me apresentar melhor. Farei isso até onde eu conseguir. Eu sempre quis tocar no brasil, nunca consegui. Espero que um dia possamos apertar as mãos e eu possar tocar o meu melhor blues para você.





ENGLISH VERSION:

Ugo Medeiros – You’re born and raised in Boston. How was the Boston blues scene, I mean, it had an own musical scene or it was more like New York and Chicago bands influences?


Bob Margolin - Good question, Ugo. In the mid- to late-1960s there were young musicians who loved all kinds of Blues but there was no Boston Blues Sound.


UM – Was Chuck Berry your first musical idol? How did his music influenced you?


BM - Chuck Berry’s guitar playing made me want to play guitar. I took lessons but they were teaching me how to read music and play “Standards.” I did learn a lot, but I stopped the lessons, learned from phonograph records and radio, and within a year I was in a high school Rock band.


UM – One of your first bands were Boston Blues Band, it was a band formed while collegem right? How was the move to the professional carreer?


BM - I was in other bands while I was in college and I graduated in 1970. From Fall 1971 to March 1972 I played with Luther “Georgia Boy” “Snake” Johnson. He moved to Boston from Chicago after playing in Muddy Waters’ band. Luther played Chicago Blues and some R&B and led his band the same way Muddy did. After that some of us started the Boston Blues Band and I was with them until I joined Muddy Waters’ band in 1973.


UM – You’re a Telecaster guy. Its interesting becausa a long time a go I heard a musician say “Telecaster can play everything. Who plays a Telecaster knows how to play everything”. Do you agree?


BM - Mostly I agree. Jimi Hendrix and very modern guitar players might be limited by a Telecaster but playing any kind of Traditional music, a Telecaster is very versatile. But so is a Les Paul or a Strat. I have and sometimes play guitars other than my Telecaster, but for the last few years, my Telecaster owns me.


UM – Why the nickname “Steady Rollin’”?


BM - A college radio Blues DJ introduced me as “Steady Rollin’ Bob Margolin” at a Muddy show. Rollin’ rhymes with Margolin and Steady Rollin’ Man is a Robert Johnson song. I lived “steady rollin’” then and I still do.


UM – Now let’s talk about McKinley Morganfield, A.K.A. Muddy Waters (1973/80). You played with him for seven years! First, how did you met him?


BM - The two bands I mentioned had opened shows for Muddy and he was nice to me because he could see I was trying to play what he called “Old School” Chicago Blues. That was a thrill for me, because Muddy was my favorite musician.


UM – You participated on one of my Muddy Waters favorite albums, Muddy Waters Woodstock Album! Man! Muddy leading names like Bob Margolin, Levon Helm, Garth Hudson, Paul Butterfield, Pinetop Perkins! The álbum is FU****G AMAZING! Could you talk about it?


BM - The Muddy Waters Woodstock Album was Muddy’s last album for Chess Records. Muddy brought me and Pinetop from his band but it was wonderful to meet and play with the Paul, Levon, and Garth. I was a big fan of The Butterfield Blues Band and The Band. To become friends with them was amazing. I did some Last Waltz 40-year Celebration shows a year ago and spent some time with Garth Hudson. Time Travel!


UM - During the period with Muddy, was just the time of his carreer rescue through the help of Johnny Winter. Could you talk about the relationship Muddy/Winter? Then, how much Winter’s music influenced you?


BM - I had seen Johnny Winter play in 1969 and 1970 and I loved his music. Johnny wanted to use his fame to help Muddy Waters be more appreciated. He also knew he would be inspired by Muddy. Johnny Winter fully accomplished both. And he played almost all Blues for the rest of his life, which didn’t make him as much money but filled his heart. Muddy loved Johnny too. They were very good friends for the rest of Muddy’s life.


UM – You participated through Muddy Waters Band on 1976’s The Band Last Waltz. One of the historical rock concerts. We have a lot to discuss. First, about The Band. Nowadays everybody says they play “Americana”, a rather vague term. But I’m sure, The Band was the biggest americana’s band! Do you agree? How big it is The Band’s legacy?


BM - Yes! The Band was mixing styles of music and adding their own creativity and musical genius. At a time when Psychedelic Music was popular, The Band was doing what we now call American, but with freedom and their own great playing and voices. I could see on the Last Waltz 40 tour last year that people still really love The Band — not just old people but young music lovers too.


UM – Speaking about The Band, you had more contact with Levon Helm. In my opinion, the genius behind The Band, a simple man, extremely humble. How was your relationship?


BM - Levon Helm had obvious charisma. And he treated everybody like they were his best friend. It meant a lot to me to see his gigs after 1976 and to play with him in the 1990s and 2000s. I do think he was a natural genius but it’s my opinion that all in The Band were geniuses and especially that the combination was greater than the parts. Just my opinion but I saw them and played with some of them individually many times.


UM – I read on American Blues Scene about a jam session with Bob Dylan one day after the concert. Could you tell us about that amazing story?


BM - After the Last Waltz concert, the musicians jammed all night. At 7:00 I started to go back to my hotel room when Bob Dylan came in and invited me to jam. He got Eric Clapton, Levon, Ron Wood on bass, Dr. John, and Paul Butterfield. Dylan sang mostly Robert Johnson songs. I knew this might not happen ever again, and in the middle of the jam I looked up from my guitar and I can still see everyone and I smile.


UM – Last year you played on The Last Waltz 40 Tour. Could talk about it? Who else played? Is it true that you played with the same 1976 guitar?


BM - This was a show at JazzFest in 2016 and at Warren Haynes’ Christmas Jam in December 2016 and on tour in the US January-April 2017. The musical directors were Warren Haynes and Don Was. Many musicians played only some of the shows or sat in. Terence Higgins was always on drums. We had Mark Mullins and the Levee Horns on all the shows. Jamey Johnson was on most of the shows. John Medeski, Garth Hudson, Michael McDonald and Danny Louis were on diiferent shows on keyboards. Ivan and Cyril Neville were on many of the shows. Joan Osborne sang on a few. Dave Malone from New Orleans is an old friend and a brilliant singer and guitar player. Jimmy Vivino and Wayne Kramer sat in on different shows. It was like Time Travel for me. I loved the music from the Last Waltz and I listened to every rehearsal. My simple Blues songs didn’t need to be rehearsed for more than a second. Besides Mannish Boy, I also sometime played Caledonia and Kindhearted Woman from the after-show jam you asked about. And I sometimes shared vocals and guitar with Warren on Further On Up The Road. The Last Waltz 40 was a special experience for me. I had sold the guitar I played at the original Last Waltz, but Cameron Williams from New York City, whom I sold it to, brought it down for a show we did in New Jersey. More Time Travel!


UM – You played at White House with Muddy for Jimmy Carter in 1978. Would you play nowadays for Trump?


BM - He would never ask me and I would never do it. Careful, politics makes people mad. ;-)


UM – You recorded three álbuns in sequence through Alligator. I like it all! Lets start with Down in the Alley, great álbum. Worried Life Blues (Big Maceo Merriweather), Look What you’ve done (Muddy), Chuck Berry (Wee Wee Hours), Twelve Year Old Boy (Elmore James) and many self compositions. Coud you talk about it?


BM - I was honored to do three albums for Alligator in the 1990s. The songs Down In the Alley and Worried Life Blues were song by special guest, R&B singer Nappy Brown. Nappy was a great singer and he passed in 2008 I loved playing Chuck Berry’s Blues Wee Wee Hours


UM – My Blues & My Guitar is excellent! You did two fantastic versions: Hound Dog Taylor’s See me in the evening and Willie Dixon’s The same thing. Hound Dog Taylor is one of my favorite slide bluesman and a unique singer. Willie Dixon was, maybee, the biggest blues producer ever. COuld you talk about these two legends?


BM - I saw Hound Dog before I was in Muddy’s band, and I met him after. That was a special band with two guitars and drums. They played raw and strong and their music came right out of the South Side Chicago bars. I still perform his songs when I have my own band with me. Tad Walters can play the second guitar part and I can play Hound Dog’s slide. If we’re playing on small amplifiers it doesn’t get to loud and is fun. Willie Dixon, besides being a great producer, is known for his bass playing and songwriting. As much as Willie did for Blues, listen to Willie’s upright bass on Johnny B. Goode. And Willie wrote songs for Muddy, Wolf, and many more that are some of their biggest hits. Both were amazing talents and we are all richer because their music lives on in the world.


UM - Up & In is also a great álbum. You did a Snooky Prior version on Goin’ back out on the road. Could you talk about the álbum and Snooky Prior?


BM - Up & In was my last album for Alligator, recorded in 1997 and released in 1998. I played the Snooky Pryor song as an Elmore James-style shuffle with slide guitar. Snooky himself was a guest on My Blues and My Guitar, the album before. Snooky was of the original generation of Chicago Blues harp players who used a mic and amplifier to get a heavy, sax-like sound. His singing and harp playing were fine Blues but I found from playing with him that his rhythm was amazing. Playing a shuffle like Judgment Day with Snooky would make me march while I was playing and nothing hurt and nothing else mattered. The Up & In album had many different kinds of songs, some original and some not. When I listen to it now some of the songs sound good to me and others make me ask myself, “What was I thinking?” I try to learn what works from the best songs and what not to do again from some of the other songs.


UM – I really lik In North Carolina álbum, I lesten to and I have a feeling, There is something musically different... Did you record alone?


BM - Exactly! I played every note at that album, using all the guitars I had, a bass and a snare drum with brushes. Many styles of songs, they don’t sound like each other. I am doing that again for my next album, I’m almost half finished and I hope the new album will be released this year. I hope we’ll find that I can sing and play and write better songs than I ever could. I’m too close to judge, but the world will tell me.


UM – Your new álbum, My Road, could you talk about it?


BM - My Road was my first album with new original songs since My Blues and My Guitar. I was blessed to have producer Michael Freeman and sound engineer working with me, helping me do my best. For some of the songs, the demo’s I recorded at home were just what I wanted so we put the tracks on the album. Many songs were recorded conventionally, me and Tad Walters on harp or guitar plus Chuck Cotton on drums. The album was released on Steady Rollin’ Records and The VizzTone Label Group — I’m a founding partner in that. I paid for the best publicity I could buy and the album was well-promoted. It was released in early 2016 and that year won two Blues Blast Magazine Awards. In 2017, it was nominated for three Blues Music Awards and won one, me for Best Male Traditional Blues Artist. I am gratified but now I’m busy writing and recording new songs at home for the next album. I think My Road is my best album so far, but I’ve got to do better on the next one. I am trying! I’m 68 years old but healthy and still can use everything I learned to sing, play, write, and perform better. I’ll do that as long as I can. I always wanted to play in Brazil, I never have. I hope that someday you and I will shake hands and I’ll play my best Blues for you.




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