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Entrevista Big Gilson


Ele participou de uma das bandas seminais do blues nacional, Big Allambik. Em carreira solo desde o fim a banda, hoje Big Gilson possui uma carreira consolidada e é uma das referências da guitarra no Brasil. O carioca fã de Clapton fala sobre seu último trabalho, Live!, admiração por Johnny Winter e muito mais. Ugo Medeiros – Você lançou recentemente o seu primeiro DVD, Live!. Poderia falar sobre o projeto? Big Gison - Há muito tempo os fans me cobravam e eu também tinha muita vontade de lançar um DVD oficial. Tinha a ideia de fazê-lo em um local pequeno e intimista, como no começo de carreira. Bem junto à platéia, olho no olho, sentindo o suor correndo em nossas peles e tocando, eu e minha banda, com todo o fervor que se consegue ter num contato tão direto. É o que encontrei a alguns anos atrás num pequeno pub na periferia de Buenos Aires chamado de Mr. Jones. Uma casa pequena, toda de madeira com uma excelente acústica aonde fui muito bem recebido por um público maravilhoso. Pensei: É AQUI!!! UM – No começo do Big Allambik você tocava com uma Les Paul, né? Depois mudou para uma Fender Stratocaster. Atualmente, você também utiliza uma resonator guitar personalizada. Poderia falar sobre o som de cada uma, como influenciou na musicalidade de cada momento e os motivos dessas mudanças? BG - No começo no Big Allanbik eu usava uma Gibson SG. Escolhi a SG porque podia soar como uma Les Paul, mas com as vantagens de ser bem mais leve e o acesso as notas mais agudas ser mais fácil. Mudei para Stratos em 2000, pois já havia tocado nos EUA várias vezes, e as minhas influências roqueiras ficavam muito evidentes na SG. E o mercado nos EUA é muito cruel com os estrangeiros, então eu precisava ser mais purista e consegui isso migrando para a Fender Strato. Como eu sempre adorei e me sobressaí aos outros guitarristas tocando slide, eu precisava de uma resonator slide guitar que pudesse soar bem no acústico e no elétrico com distorção. Foi uma busca de anos. Como não conseguia encontrar um instrumento com tais características, resolvi investir num projeto proprio, e com a ajuda do luthier Gustavo Lajes, de cabo Frio, realizamos esta incrível guitarra que foi carinhosamente apelidada de GILSONATOR. UM – Gilson, certa vez o André Christovam me disse que todo guitarrista branco foi influenciado pelo rock (risos). Acompanha o relator? O rock te levou ao blues? BG - O rock, como o blues, começou com os negros. Eu não concordo com o André pois detesto generalizar. No meu caso, sim, o rock me levou ao blues, pois ouvia Beatles, Stones e muitas outras bandas de rock. Quando ouvi o Johnny Winter também foi pelo rock, mas ele me levou ao blues, pois mesmo na sua fase antiga que era bem roqueira ele nunca deixou de tocar o blues. UM – Suas maiores influências são Hendrix e Clapton, né? Como cada um te influenciou? BG - Eu diria Johnny Winter e Clapton. JW me fez querer tocar guitarra e foi a maior influência com certeza. O Clapton, quanto mais ouço, mais descubro coisas. É uma fonte infinita de inspiração e de como fazer coisas simples soarem fantásticas. Ele é um cara impossível de se assimilar na primeira audição. Você vai ouvindo, ouvindo e sacando coisas e mais coisas, é um gênio de verdade. UM – Poderia fazer um top 5 das suas bandas de rock? BG – Não necessariamente nessa ordem: Alman Bros, Lynyrd Skynyrd, AC/DC, Bad Company, Van Halen. UM – Já escuto com certa frequência que “o futuro do blues está nas mãos do Joe Bonamassa”. Eu fico meio cabreiro, pois o vejo muito mais como um guitarrista de rock... BG - Eu concordo com você plenamente. Ele toca blues como poucos, mas tenho a sensação de que não é o que ele realmente esteja a fim de fazer. Mas o blues, assim como o jazz, tomou uma forma mais abrangente hoje em dia, então fica difícil rotular... UM – E qual seria o seu top 5 de bluesmen? BG – Também sem ordem: Buddy Guy, Eric Clapton, Roy Buchanan, Muddy Waters, Johnny Winter. UM – Qual show de blues você ainda sonha ver aqui? BG – John Mayer. UM – Seguindo essa linha, qual “o” nome que melhor representará blues daqui a uns anos? BG - John Mayer. Ele é o único, além do Clapton, a trilhar o pop e o blues com a mesma destreza. E devido a projeção que o pop lhe dá, leva o blues a mais gente, muitas dessas talvez nunca ouviriam o blues. UM – Há muitas bandas de blues-rock no Brasil, mas poucas que se dedicam ao blues rural, mais acústico. Por quê? Adequação ao mercado ou característica do blues no Brasil? BG - Eu sempre adorei tocar acústico, e na maioria dos meus show faço alguns números acústicos. Inclusive lancei o primeiro CD totalmente acústico de um artista nacional. Acho que deva ser uma característica do mercado nacional. UM – É quase improvável imaginar futuramente que “o” grande nome do blues seja acústico, né? BG - Sim, o acústico mesmo lá fora é menos popular, embora acho que o Unplugged foi o disco do Clapton que mais vendeu. Mas como disse antes, ele tem o alcance pop e as músicas que puxaram as vendas e a execução em radio não foram os blues. UM – Estamos na fase das “voltas”. Qual banda você gostaria que retornasse? [Claro, desde que humanamente possível...] BG – Cream. UM – Se você pudesse “aposentar” uma banda que ainda se encontra na ativa, qual seria? BG – Oasis! UM – Agora vem a parte chata, escolher o filho preferido... (risos) Qual o disco favorito dos Rolling Stones? Get Yer Ya-Yas Out! Band of Gypsys ou Experience? Experience Allman Brothers ou Derek & The Dominoes? Porra, essa tá difícil (risos)... Allman Bros. Savoy Brown ou Canned Heat? Savoy Brown Johnny Winter ou Rory Gallagher? Johnny Winter acima de todos! Peter Green ou Roy Buchanan? Rou Buchanan

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