The Piper at the Gates of Dawn (1967)
Uma estreia simplesmente genial, sem sombra de dúvidas o disco mais importante do pop psicodélico. A banda era liderada por Syd Barrett, vítima inocente e simples para o mundo da indústria fonográfica. O quarteto contava ainda com Roger Waters (baixo), Richard Wright (teclados) e Nick Mason (bateria). Nesse período Waters notabilizava-se pela total falta de técnica musical, já que nesse primeiro trabalho Barrett compôs todas as letras, a exceção de Take up thy stethoscope and walk (diga-se de passagem, a mais fraca). O disco abre com Astronomy Domine, canção que define brilhantemente o space rock. Lucifer sam tem um ar inglês genuíno, seria facilmente colocada em um filme estilo James Bond. Syd “the beat” mostraria seus dotes como letrista em Matilda mother, onde a harmonia criada por Richard preenche perfeitamente os espaços entre os diferentes instrumentos. E o que falar da brilhante simplicidade de Flaming? Pow R. Toc H. é o início de uma viagem lisérgica que termina em Interstellar overdrive, música que deu fama e repúdio à banda: no centro londrino o público "xaropado" de LSD venerava, já nas regiões mais afastadas dos centros urbanos era detestada. A já citada Take up thy... separa as duas faixas, talvez para o ouvinte não se perder em outra dimensão. The gnome e Chapter 24 são mais duas do criativo arsenal de Barrett, mutatis mutandis o Bob Dylan inglês, mas sem o apelativo e enfadonho lado político. E encerrando essa obra prima, Bike. Ela já começa no auge e lembra a todo momento, seja pela letra ou pela entonação, a criança alegre que Syd sempre fora: “Eu tenho uma bicicleta/ Você pode andar nela se quiser/ Ela tem uma cesta, uma campainha que toca e/ Coisas que a fazem parecer boa/ Eu a daria a você se pudesse/ Mas a peguei emprestada”. The Piper at the Gates of Dawn é um registro atemporal de uma banda ainda sincera e sem pretensões pseudoartísticas. É a prova irrefutável de que o VERDADEIRO E ÚNICO LÍDER DO PINK FLOYD CHAMAVA-SE SYD BARRETT!