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Entrevista Rod Piazza


Após um show incendiário durante o 8º Rio das Ostras Jazz & Blues Festival, batemos um papo com a lenda da gaita, Rod Piazza. O californiano é um dos últimos representantes do West Coast Blues, um subestilo do blues que adiciona muito suingue do jazz. Ao lado dos The Mighty Flyers, banda que conta com sua mulher no teclado, o veterano falou sobre as influências do jazz e do rock, LSD e seus ídolos. Ugo Medeiros – Sua primeira banda foi o Dirty Blues Band. Como foi essa experiência? Rod Piazza – Bem, nós éramos um bando de crianças com 16/17 anos. Nos mudamos para Hollywood e tivemos muita sorte, pois logo assinamos com a ABC Blues. Nós estávamos apenas tentando (risos). UM – Você é da Califórnia. Nos anos 60, havia uma cena muito forte de bandas de rock, como Grateful Dead e Doors. Como era a receptividade do público ao blues? RP – Naquela época, foi muito legal. As rádios FM ainda tocavam blues e as pessoas gostavam bastante daquele estilo. O estilo dominante era o folk, depois veio o blues e logo em seguida o rock veio de forma avassaladora. Foi uma época muito legal! UM – Você chegou a entrar na onda do LSD? RP – Oh Yeahhhh (risos)! Mas, como eu era um dos músicos, não podia mergulhar a fundo naquilo. Se eu me perdesse em uma viagem, poderia prejudicar a apresentação... UM – Você tocou ao lado de um dos seus ídolos, George "Harmonica" Smith. Como foi? RP – Foi ótimo! Começamos a parceria em 1968. Tínhamos uma banda chamada George Smith & The Bacon Fat, na qual dividíamos, todas as noites, a mesma gaita e o mesmo microfone. Portanto, quando eu não estava tocando, de fato, observava e aprendia muito com ele. Nos tornamos quase irmãos e, ao mesmo tempo, pai e filho. UM – O Blues da Califórnia, West Coast Blues, tem forte influência do jazz. Da onde vem essa influência? RP – Acho que vem do suingue de saxofonistas, como Louis Jordan. Acredito que teve muita coisa, também, do R&B e de músicos como Charles Brown. UM – Você poderia falar um pouco da influência do Little Walter em sua vida? RP – Na verdade, escutei primeiro Jimmy Reed e Sonny Terry. Entretanto, depois que escutei Little Walter, “abandonei” os outros. Quando escutei a música dele, vi que ele tinha sido “feito para mim”. O cara era um gênio! UM – Você acha que o blues atual está muito igual? Falta um grande nome pra revitalizar a cena do blues? RP – Tocam muita coisa de blues por aí que é uma mera repetição com pouca “individualidade”, mas acredito que se procurar bem, poderá encontrar alguns músicos bem interessantes. Infelizmente, esses artistas não-mainstream não têm oportunidades em grandes festivais, dificultando o conhecimento do grande público. UM – Nos anos 1980 tivemos Stevie Ray Vaughan, um nome gigantesco que trouxe o blues novamente aos holofotes; em 1940 Robert Johnson era “O” grande destaque; e nos anos 1920 Bessie Smith quebrava com tudo no jazz e blues. Hoje em dia há algum músico que tenha uma projeção (e nome) dessa envergadura? RP – Eram tempos diferentes, o blues era mais popular. Atualmente, aparece atrás de outros estilos, é apenas mais um nicho musical. É difícil se tornar uma grande estrela no blues. Encaremos a realidade, por mais que eu fosse muito amigo dele, o Stevie era mais rock do que propriamente blues. Isso o ajudou a ter tanta projeção, a ponto de ser mais conhecido do que Albert King, bluesman que serviu de inspiração ao SRV.

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