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Discografia básica: Airto Moreira


Quarteto Novo (Quarteto Novo) ***** Um dos discos mais importantes da música brasileira, perfeito do início ao fim. Os quatro músicos uniram a bossa nova e o jazz à rica sonoridade nordestina. O Ovo, uma das primeiras composições de Hermeto em parceria com Geraldo Vandré, apresenta uma flauta hipnotizante e uma emoção constante. Fica mal com Deus e Canta geral (outra feita pela dupla Pascoal/Vandré) têm uma percussão bem marcada e mostram grande entrosamento. Algodão é uma viagem pelos seus 7:22 minutos, a faixa mais longa do álbum. Síntese e Vim de Santana são exemplos perfeitos da mistura entre jazz, bossa nova e a música-de-raiz brasileira. Misturada é o “crème de la crème”. Primeiramente, um solo de bateria sensacional em que as rufadas e a “quebração” de pratos frenéticas são trocadas por uma aula rítmica com total domínio sobre o tempo (e muito contra-tempo!). Em seguida uma base pesada com dois violões e uma percussão “rasteira” que não larga a melodia (rock’n’roll na veia!), até que entra a flauta e conduz novamente à leveza. Simplesmente GENIAL! Se aparecesse um ET na minha frente e me perguntasse o que é música brasileira, responderia apenas duas palavras: Quarteto Novo. Natural Feelings (1970) *** Se o ouvinte ainda não conhece o trabalho autoral de Airto, é aconselhável não começar por este disco, que é o primeiro do músico. Contando com a colaboração de Flora Purim, Hermeto Pascoal, Sivuca (arranjador e multi-instrumentista) e Ron Carter, o trabalho traz boas músicas, como Alue e Mixing, além da psicodélica Terror. Seeds on the Ground (1971) ***1/2 Para o segundo disco Airto manteve os mesmos músicos e ainda convocou Dom Um Romão (baterista e percussionista com passagem pelo Weather Report) para o time. O galho da roseira part 2 é o grande destaque deste trabalho mais maduro. Fingers (1972) ****1/2 Uma porrada muito bem dada! Logo de início, Airto e banda apresentam uma sequência matadora: abrindo o disco, Fingers e Romance of death, dois ótimos fusions; Merry-go-round, um simpático baião; e Wind chant, com uma nervosa evolução. O encerramento fica por conta da ótima Tombo in 7/4, que conta com um coro e uma percussão de samba de arrepiar. Free (1972) **** Ao lado de uma verdadeira seleção que contava com Chick Corea, George Benson, Hubert Laws (flauta), Joe Farrell (saxofone), Keith Jarrett, Ron Carter, Stanley Clarke e outros, Airto nos presenteou com um grande trabalho. A primeirona, Return to forever, é um fusion psicodélico da melhor qualidade. Flora’s song traz um bom free jazz. O clima de psicodelia volta em Free. E o disco ainda reserva Creek [Arroio], excelente canção em que flauta, saxofone e piano mostram entrosamento perfeito. Virgin Land (1974) **** Outro ótimo disco de Airto, neste com participações de George Duke e Stanley Clarke. O disco abre bem com quatro “musicaças”: Stanley’s tune, Musikana, Peasant dance (um fusion com influências árabes) e Virgin land. A saidera fica por conta da funkeada I don’t have to do what I don’t want to do. Identity (1975) ***1/2 Ao lado de Egberto Gismonti, Hierbie Hancock e Wayne Shorter, o percussionista fez um bom disco. The magicians e Encounter [Encontro no bar] são as faixas mais marcantes, mas há também outras boas canções, como Wake up song [Baião do acordar] e Tales from home [Lendas]. Struck of Lightning (1989) ***1/2 Chick Corea, Herbie Hancock e Stanley Clarke foram as “contratações de peso” para este bom trabalho. O álbum apresenta duas músicas que são didáticas a todo aprendiz de percussão: It’s time for carnival e Berimbau first cry. A segunda metade do disco é excelente: três faixas extremamente jazz, Struck by lightning, Samba louco e Seven Dwarfs, uma psicodélica para não perder o costume, Samba nosso, e uma em que Airto mostra todo o seu virtuosismo, Skins & Rattle. Killer Bees (1989) **** Com uma banda que incluía Chick Corea, Herbie Hancock e Stanley Clarke, o projeto não podia ter outra sonoridade senão jazz. Be there é composta por uma ótima linha de baixo e por arranjos muito bem desenvolvidos. Outra bela faixa é Chicken in the mind, a última da bolacha, em que o Herbie Hancock apresenta o cartão de visitas. Revenge of the Killer Bees (1998) **** Para a revanche das abelhas assassinas, foram mantidos os mesmos “zangões” do primeiro. Um grande disco, neste flertando em duas composições, City sushi man e Chicken in the mind, com uma batida característica da música eletrônica (quando bem feito e utilizado, sem problemas...). Be there é um jazz-funk sensacional. Nevermind encerra o trabalho de forma impecável.

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